SAÚDE MENTAL
Estudo foi publicado na revista JAMA Network Open
Terapia por mensagem de texto (Foto: Pixabay)
Um estudo publicado nesta quinta-feira (31) na revista JAMA Network Open indica que a terapia realizada por mensagens de texto pode ter a mesma eficácia que a feita por vídeo em casos leves a moderados de depressão.
A pesquisa acompanhou 850 adultos divididos em dois grupos: um participou de sessões semanais por vídeo, e o outro teve acesso ilimitado a trocas de mensagens ou e-mails com o terapeuta. Após 12 semanas, os dois grupos apresentaram melhora semelhante nos sintomas depressivos.
“Ficamos agradavelmente surpresos ao constatar que era tão eficaz quanto a terapia semanal por vídeo. Não encontramos diferenças significativas nos resultados”, afirmou Patricia A. Areán, ex-professora da Universidade de Washington e coautora do estudo.
O que são Terapias Integrativas?
Areán informou que a empresa Talkspace procurou sua equipe para colaborar no ensaio clínico, com o objetivo de obter dados que possam apoiar o reembolso das terapias por texto pelas seguradoras. “Eles sabiam que precisavam de dados”, disse.
O estudo não incluiu pacientes com quadros graves, como psicose ou pensamentos suicidas, e não acompanhou o uso de medicamentos pelos participantes.
Jane M. Zhu, professora da Universidade de Ciências e Saúde do Oregon, que não participou da pesquisa, avaliou que os resultados são promissores, mas ainda insuficientes para mudanças nas políticas de cobertura das seguradoras.
Ela afirmou que a terapia por mensagens poderia integrar um modelo de atendimento escalonado, no qual os pacientes iniciam com intervenções de menor intensidade e, se necessário, avançam para tratamentos mais especializados.
De acordo com os pesquisadores, o número de pessoas que buscaram psicoterapia nos Estados Unidos aumentou durante a pandemia, passando de cerca de 4% para 8,5% da população em 2021.
Mark Olfson, professor da Universidade Columbia, afirmou que os resultados indicam que pacientes com depressão leve “poderiam razoavelmente ter a opção” de escolher entre terapia por texto e por vídeo.
Areán destacou que, embora alguns profissionais ainda tenham reservas quanto ao modelo por mensagens, não houve registros de eventos adversos durante o estudo. Ela também observou que a taxa de abandono foi menor entre os participantes que utilizaram o formato por texto.
Os pesquisadores identificaram, contudo, que o vínculo entre paciente e terapeuta foi percebido como mais forte nas sessões por vídeo. Quando alguns participantes migraram do texto para o vídeo, a qualidade dessa relação aumentou.
“Como se constrói uma aliança quando você não pode ver a pessoa? Como lidar com os silêncios quando não se pode vê-los? Será que estão chorando? Será que estão felizes?”, questionou Areán.
Fonte: Mais Goiás











