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Segundo o físico Leandro Tessler, a câmera térmica detecta a temperatura do pum, que é a mesma do corpo humano, cerca de 37°C
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas sendo “flagradas” soltando gases em imagens coloridas captadas por câmeras térmicas. Mas afinal, esses registros são reais ou apenas truques visuais? A ciência ajuda a esclarecer o que realmente acontece. Diferente das câmeras comuns, que captam a luz visível, as câmeras térmicas detectam radiação infravermelha, uma forma de energia emitida por qualquer corpo que tenha temperatura acima do zero absoluto. Elas são sensíveis a comprimentos de onda da ordem de 10 mil nanômetros (10 mícrons) — faixa invisível aos olhos humanos.
Segundo Leandro Tessler, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, o equipamento mede a temperatura dos objetos e seres vivos, transformando o calor em imagem. “A câmera detecta a temperatura do pum, que é a mesma do corpo humano, cerca de 37°C”, explica Tessler.
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É possível ver um pum?
Sim — mas apenas por alguns instantes. Isso porque o gás liberado sai à mesma temperatura do corpo, mas esfria rapidamente ao se misturar com o ar ambiente, desaparecendo da imagem em segundos.
Essas câmeras não identificam o tipo de gás, apenas a diferença de temperatura. Ou seja, não há como saber a composição do pum, apenas visualizar o calor que ele emite no momento da liberação.
“Elas detectam o calor da emissão, não o tipo de gás. Há equipamentos capazes de identificar a composição, mas são muito mais sofisticados”, detalha o professor.
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As cores das imagens
As imagens térmicas não são naturalmente coloridas. Elas são geradas em tons de cinza, e as cores que aparecem — como vermelho, amarelo ou azul — são adicionadas artificialmente para representar diferentes faixas de temperatura.
“A escala de cores é arbitrária. Em alguns modelos, o mais quente é mostrado em vermelho, em outros, em azul. O importante é a variação de calor, não a cor em si”, afirma Tessler.
Em resumo: sim, uma câmera térmica pode capturar um pum, mas o que se vê não é o gás em si, e sim o calor momentâneo que ele emite antes de se dissipar.
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Fonte: Mais Goiás
