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Com ajuda de Margareth Menezes, Jimmy Cliff conheceu esposa durante ayahuasca

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Artista teve uma filha em Salvador e cantou com Gilberto Gil, Olodum e Titãs

Imagem: Divulgação

A morte de Jimmy Cliff, aos 81 anos, trouxe à tona histórias marcantes da relação do ícone jamaicano com o Brasil — incluindo o momento inusitado em que, com ajuda de Margareth Menezes, o artista conheceu a esposa brasileira durante uma cerimônia de ayahuasca na Bahia. A revelação foi feita por Nabiyah Be, filha do músico, que sempre destacou como esse encontro espiritual foi o ponto de partida para a união dos pais em Salvador.

Segundo Nabiyah, o casal se conheceu em uma celebração na praia, em Salvador, quando Margareth Menezes apresentou Cliff à artista plástica Sônia Gomes. Dessa união nasceu a cantora e atriz, criada na capital baiana, onde Jimmy Cliff viveu por quase uma década ao lado da família. A presença do artista na cidade marcou profundamente sua trajetória pessoal e profissional, fortalecendo sua ligação com a cultura brasileira.

A relação do músico com o Brasil, no entanto, começou muito antes. Jimmy Cliff desembarcou no país pela primeira vez em 1968, para se apresentar no Festival Internacional da Canção. Ainda pouco conhecido por aqui, o artista acabou ficando mais do que o planejado — quatro meses — e lançou o raro álbum Jimmy Cliff in Brazil, que traz versões de músicas brasileiras e até trechos cantados em português. A energia das plateias brasileiras inspirou hits como “Wonderful World, Beautiful People” e “Many Rivers to Cross”, compostas após experiências marcantes no país.

Nos anos seguintes, Cliff consolidou sua popularidade no Brasil. Gravou com nomes como Margareth Menezes, Olodum, Cidade Negra e Titãs, participou de trilhas de novelas, apareceu no Chacrinha e rodou turnês que ajudaram a espalhar o reggae pelo país. A parceria com Gilberto Gil rendeu um dos shows mais comentados da época, na Fonte Nova, que atraiu um público muito acima do esperado e virou notícia nacional.

Também foram intensas suas colaborações com a música baiana. Ele gravou “Reggae Odoyá” com o Olodum antes mesmo de Michael Jackson e Paul Simon, e participou de “No Woman No Cry” na versão do bloco afro. Em Salvador, adotou o ritmo do samba-reggae, colaborou com o Ara Ketu e destacou em diversas faixas blocos e referências afro baianas que o encantavam.

Foi nesse período de maior imersão na cultura baiana que Cliff estruturou sua vida familiar na cidade. Ali, viveu a chegada da filha Nabiyah Be, hoje atriz com carreira internacional. A artista nasceu em Salvador, enquanto o pai mantinha forte relação com a capital e com a música produzida na região.

Jimmy Cliff seguiu voltando ao Brasil durante toda a carreira e deixou uma marca profunda no cenário musical do país. Sua história por aqui envolve espiritualidade, encontros decisivos — como o proporcionado por Margareth Menezes — e uma admiração genuína pela cultura brasileira, que influenciou diretamente algumas de suas obras mais importantes.



Fonte: Mais Goiás

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