Audiência
Uma juíza auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF) manteu e validou a prisão de Bolsonaro durante audiência de custódia
Bolsonaro negou que violar a tornozeleira faria parte de um plano de fuga | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi validada e mantida por uma juíza auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF) após audiência de custódia realizada neste domingo (23), na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A oitiva durou cerca de 30 minutos e confirmou a determinação do ministro Alexandre de Moraes, executada no sábado (22). Durante o depoimento, Bolsonaro tentou justificar a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica alegando efeitos colaterais de medicamentos.
Segundo a ata da audiência, o ex-presidente relatou que, na sexta-feira (21), sofreu uma “alucinação” de que haveria uma escuta escondida dentro da tornozeleira eletrônica. Movido por uma “certa paranoia”, ele admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir a tampa do equipamento, argumentando possuir treinamento para operar esse tipo de ferramenta. Ele afirmou que só “caiu na razão” por volta da meia-noite, momento em que interrompeu a ação e comunicou os agentes de custódia, ressaltando que seus familiares dormiam e não presenciaram o ato.
A defesa atribuiu o surto a uma interação medicamentosa inadequada entre as substâncias Pregabalina e Sertralina. Bolsonaro explicou que o antidepressivo Sertralina foi prescrito pela endocrinologista Marina Pasolini, incluída em sua equipe médica em outubro, sem o conhecimento dos médicos que o acompanham regularmente, o cirurgião Cláudio Birolini e o cardiologista Leandro Echenique. O ex-presidente relatou ter iniciado o uso do novo remédio cerca de quatro dias antes de ser detido e que vinha sofrendo com “sono picado”.
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Apesar da violação do equipamento, Bolsonaro negou veementemente qualquer plano de fuga. Ele argumentou que a cinta da tornozeleira não chegou a ser rompida e que a vigília de apoiadores convocada por seu filho, senador Flávio Bolsonaro, nas proximidades de sua residência, não teria capacidade de criar um tumulto que facilitasse uma evasão. Para reforçar sua cooperação, citou situações anteriores em que o rompimento da cinta foi necessário para exames médicos, como tomografias.
O ex-presidente cumpria prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, benefício que foi revogado por Moraes sob a justificativa de garantia da ordem pública. Com a manutenção da prisão preventiva confirmada pela audiência de custódia, Bolsonaro permanece detido na carceragem da Polícia Federal, enquanto a investigação sobre a suposta trama golpista e a violação das medidas cautelares prossegue.
Com informações da Folha de S. Paulo
Fonte: Mais Goiás











