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Mobilização digital do PT marca disputa do PL Antifacção

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Política

Parlamentares contrários ao Planalto afirmam que essa linha de confrontação mira a eleição de 2026

Governo busca influência das redes sociais sobre o Congresso | Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

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A discussão do PL Antifacção na Câmara reacendeu a estratégia da esquerda, especialmente do PT e do governo Lula, de mobilizar apoiadores nas redes para pressionar o Congresso. Com número reduzido no plenário diante do centrão e da oposição, a aposta passou a ser a atuação digital para influenciar o clima político e retardar votações consideradas desfavoráveis ao governo — tática já vista durante a PEC da Blindagem e em outras disputas recentes.

Parlamentares contrários ao Planalto afirmam que essa linha de confrontação mira a eleição de 2026 e pode desgastar a relação entre Executivo e Legislativo. Para esses grupos, ao incentivar o discurso de enfrentamento ao Congresso, o governo colhe ganhos imediatos, mas corre o risco de comprometer votações futuras. A ofensiva atual ganhou força após aliados associarem o relatório de Guilherme Derrite (PP-SP) a uma tentativa de “limitar a PF”, transformando o projeto na “nova PEC da Blindagem”.

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Diante da reação, Derrite recuou de pontos considerados essenciais pela direita, como a equiparação de facções a terrorismo, e a votação acabou adiada. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu publicamente em defesa da Polícia Federal, afirmando nas redes sociais que o país vive “o sinal de uma democracia viva!”. Ainda assim, parte dos deputados avalia que a mobilização não teve a mesma repercussão da enfrentada pela PEC da Blindagem.

No Planalto, auxiliares apontam que a narrativa sobre proteger a PF dentro do projeto antifacção encontrou terreno fértil nas redes, diferentemente de temas em que a esquerda e o PT costumam ter mais dificuldade, como segurança pública. Segundo integrantes da base, o embate com Derrite ajudou o governo a se reposicionar após críticas sobre operações policiais no Rio e disputas internas envolvendo o projeto original do Executivo. O episódio também expôs falta de articulação do relator, descrito por adversários e aliados como politicamente inexperiente.

A reação do Congresso veio na mesma intensidade: líderes foram escalados para defender Derrite e reforçar que o relatório não enfraquece a PF. Aliados de Hugo Motta dizem que a estratégia do PT ainda terá consequências, argumentando que o Executivo demonstra agir como se “a eleição de 2026 já estivesse vencida”. Para esses parlamentares, a crise evidencia que, ao fim, o governo dependerá mais da Câmara do que a Câmara do governo.

Com informações da Folha de S. Paulo

Fonte: Mais Goiás

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