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PM forma 1,4 mil crianças de Pirenópolis em curso que ensina perigo de se usar drogas

A Polícia Militar formou, na última semana, 1,4 mil crianças no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) na região de Pirenópolis, reforçando as ações de prevenção ao uso de entorpecentes e à violência nas escolas. A formatura foi marcada por depoimentos emocionados de pais, alunos e professores e a cerimônia encerrou mais um ciclo do programa da PM que, segundo o Tenente-Coronel Castro, tem transformado rotinas dentro e fora da sala de aula.

“Quando a família participa, a mudança é nítida. Muitos pais dizem que os filhos passaram a conversar mais, a refletir sobre escolhas e até a orientar irmãos mais novos”, afirmou o comandante do 37º BPM.

Casos como o de um aluno do 5º ano, citado pela coordenação pedagógica de uma escola municipal, ajudam a ilustrar o impacto do programa. A mãe do menino contou que, após as aulas do Proerd, ele passou a questionar situações de risco no bairro onde mora e deixou de acompanhar colegas mais velhos em locais considerados perigosos.

Em outra escola municipal, um professor relatou que uma aluna tímida ganhou confiança para relatar à família episódios de pressão de grupo para usar entorpecentes. A mãe procurou a direção agradecendo pelo contato.

Para Castro, esses exemplos mostram que o Proerd não se limita a uma campanha educativa. “Trabalhamos habilidades de vida, como tomada de decisão e controle emocional. A criança passa a enxergar riscos e proteger a si mesma.”

Na área do 37º BPM, o programa já atendeu 11.790 estudantes de 37 escolas ao longo dos anos. Só em Pirenópolis, desde 2002, foram 8,8 mil alunos formados. Corumbá de Goiás soma 1.480 estudantes, e Abadiânia, 1.510.

Além das turmas regulares, o Proerd também envolve adultos. Mais de 230 pais participaram do Proerd Pais, que reforça a rede de apoio familiar. Segundo o tenente-coronel, esse engajamento tem efeito direto na redução de conflitos e episódios de violência nas escolas.

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Um dos diferenciais do programa é a atuação de policiais treinados pedagogicamente. Castro explica que a seleção é rígida: “O instrutor Proerd passa por avaliação de perfil, conduta, comunicação e formação específica. Ele entra na sala como figura de autoridade, mas com linguagem próxima do estudante.”

Essa presença costuma surpreender as crianças. Em uma das escolas atendidas, um aluno contou ao instrutor que sempre teve medo de policiais. Depois das aulas, escreveu uma carta dizendo que “agora entendia que o policial estava ali para proteger”.

“Esse vínculo é o que fortalece a confiança da comunidade na PM”, disse o tenente-coronel.

Tenente-Coronel Castro – ponta direita – e policiais militares que atuam como instrutores do Proerd (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Redes sociais e novos riscos

Apesar de ter se popularizado com essa abordagem, as aulas do Proerd não se restringem ao tema das drogas. O programa tem se adaptado às realidades digitais, como redes sociais, cyberbullying e ameaças virtuais.

“Preparamos os jovens para lidarem com riscos do ambiente online, sem alarmismo, mas com responsabilidade, o que inclui conteúdos sobre segurança digital, enfrentamento do cyberbullying e da violência online, orientação sobre riscos ligados às redes sociais, atualização constante dos materiais didáticos, capacitação dos instrutores em temas tecnológicos, promoção do pensamento crítico nas mídias sociais e parceria com a escola e a família para o uso saudável das tecnologias”, explicou Castro.

Entre os obstáculos percebidos, a Polícia Militar aponta a exposição precoce de adolescentes à violência, dificuldade de diálogo dentro das famílias e desmotivação escolar. A estratégia, segundo o comandante, é trabalhar autoestima, respeito e diálogo. “Quando o aluno entende quem ele é, quais são seus limites e como dizer ‘não’, já estamos prevenindo futuros problemas”, afirmou.

Ponte entre PM e comunidade

As cerimônias de formatura, que costumam lotar ginásios escolares, são o momento mais simbólico. Pais, muitos emocionados, costumam relatar mudanças que observaram em casa. Em algumas famílias, irmãos mais velhos que passaram pelo programa incentivam os mais novos.

Para Castro, esse ciclo é o maior legado do Proerd. “Criamos uma geração mais consciente, mais preparada para lidar com riscos e mais próxima da Polícia Militar. Essa ponte entre PM, escola e família é o que sustenta a cultura de prevenção às drogas e violências.”

Na área do 37º BPM, o programa já atendeu 11.790 estudantes de 37 escolas desde 2002 (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Segundo ele, é esse vínculo humano “caso a caso, família a família” é o que faz o programa resistir há mais de duas décadas.

Fonte: Mais Goiás

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