Voz da Rua
O Mais Goiás foi às ruas para ouvir a opinião dos homens sobre um tema que ainda divide opiniões no Novembro Azul: existe, ou não, preconceito com o exame de próstata?
O mês de novembro é um mês voltado para ações de conscientização e prevenção ao câncer de próstata (Foto: Divulgação)
O Mais Goiás saiu às ruas no quadro exclusivo Voz da Rua para levantar uma pergunta neste Novembro Azul: ainda existe preconceito em relação ao exame de próstata? As respostas de homens de diferentes perfis mostram que, embora o tabu persista, cresce a consciência da importância do cuidado. E, mais do que isso, eles também apontam para um outro desafio real: garantir acesso à prevenção para todos.
A voz dos homens: relatos reais
Para o montador Rosivaldo Gonçalves, o preconceito só atrapalha a saúde. Ele já fez o exame e afirma com convicção: “Esse preconceito é uma bobeira, porque saúde precisa vir primeiro.” Já o lavrador Luiz Antônio vai pelo mesmo caminho: “O mais importante é se preocupar com a vida. Preconceito não salva ninguém.”
Quem reforça a importância da prevenção sistemática é o engenheiro civil Paulo Abraão. Ele faz o exame todos os anos e ressalta que essa rotina de autocuidado pode realmente fazer a diferença. Para o profissional, enfrentar o tabu não é apenas um gesto de coragem é uma forma de cuidar da própria vida.
O controlador de acesso Thiago Pereira deixa claro que, para ele, saúde vem muito antes de qualquer brincadeira: “A principal preocupação tem que ser a saúde. Não dá para ter vergonha de se cuidar.” Já o jovem engenheiro Vitor Pinheiro admite que “sempre existe alguma piadinha”, mas garante que isso não o afastará do exame quando for necessário: “Quando eu precisar, vou fazer sem problema.”
Por fim, o advogado José Ricardo trouxe um alerta importante: campanhas como o Novembro Azul são relevantes, mas não bastam, se o acesso aos exames de prevenção não chegar a quem mais precisa. Ele destaca que muitos homens não têm condições de pagar por exames de imagem, essenciais para um diagnóstico completo.
Os relatos dos entrevistados ganham ainda mais peso quando vistos à luz de dados sólidos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023–2025 é de 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil, o que representa cerca de 30% dos tumores entre os homens.
Esse número expressivo mostra que o câncer de próstata segue como um dos mais incidentes no país. De acordo com o INCA, a taxa estimada é de 67,86 casos novos a cada 100 mil homens. Além disso, a mortalidade associada a essa neoplasia é significativa: dados recentes apontam para 17.258 mortes por ano conforme registro do INCA.
Outro dado importante revela que o atendimento para homens mais jovens (com até 49 anos) está crescendo: entre 2020 e 2024, o número de procedimentos relacionados ao câncer de próstata no SUS avançou 32%, segundo o Ministério da Saúde. Esse crescimento pode indicar tanto uma maior procura pela prevenção quanto um diagnóstico precoce.
Fonte: Mais Goiás










