TRÊS ANOS DEPOIS
Policial aposentado foi morto com tiro na cabeça pelo ex-genro, cujo julgamento deveria ter começado nesta quarta (15)
Veja o que aconteceu com a farmácia onde João do Rosário foi morto pelo ex-genro em 2022 (Foto: Reprodução)
Moradores e comerciantes que circulam na avenida T-4, no alto do setor Bueno (em Goiânia), tiveram a rotina alterada em junho de 2022 em razão de uma tragédia: o policial aposentado João do Rosário Leão, de 62 anos, foi assassinado a tiros dentro da farmácia da qual era dono. O autor dos disparos foi Felipe Gabriel Jardim, ex-genro dele. O estabelecimento ficou um mês fechado, mas logo depois a família tomou a decisão que muitos também tomariam: a de passar o ponto adiante.
“Estávamos com medo de ele fazer alguma coisa com a gente, e as lembranças também eram muito fortes. Não conseguimos lidar com tudo”, lembra Kennia Yanka, uma das filhas, ao Mais Goiás. Kennia hoje tem 29 anos, e o réu havia sido namorado dela antes de cometer o crime.
O destino de Felipe Gabriel Jardim deveria começar a ser decidido hoje, quarta-feira (15), com o início do tribunal do júri. No entanto, durante uma discussão entre advogados de defesa e a acusação, uma das juradas passou mal e o julgamento precisou ser cancelado. Com o cancelamento, o poder Judiciário terá agora que fazer um sorteio para definir a nova composição do corpo de jurados – o que ainda não tem data para acontecer.
O incidente frustrou a família, que espera ver Felipe condenado o quanto antes para que consigam seguir em frente, e em paz, com o sentimento de que a justiça foi feita. “É uma tortura. Estamos esperando há três anos e quatro meses por esse júri, preparando-nos psicologicamente e tendo de reviver tudo novamente”, lamenta Kennia.
Dor da perda
A morte do policial aposentado João do Rosário Leão, que foi assassinado a tiros pelo ex-genro dentro da farmácia da qual ele era dono, em Goiânia, deixou uma lacuna na vida do neto Arthur. João cumpria diligentemente a promessa feita a Kennia Yanka, mãe da criança, de suprir a ausência de uma figura paterna na vida do garoto, que hoje está com sete anos. Perder o avô deixou-o triste.
“Esses dias, depois que foi marcado o júri eu o vi chorando no carro e perguntei o que tinha acontecido. Ele disse que está com saudade do avô, que o avô tinha virado estrelinha”, conta Kennia ao Mais Goiás. “Está sendo bem difícil, porque a pessoa que estava mais presente me ajudando com o Arthur era o meu pai. Por muitos meses ele me perguntou o que tinha acontecido com o avô dele, quem tinha matado ele”.
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Fonte: Mais Goiás











